Game of Brands #11 - os baby boomers gamers
Quando as gerações se confundem e a atenção redobra para o seu branding, e outros destaques da semana
Saudações. Esta é a Game of Brands, uma newsletter sobre as atualizações recentes do mundo do marketing e branding dentro do universo dos games. Se você não se inscreveu faça isso logo abaixo e compartilhe a newsletter com quem você achar que vai gostar. Vamos falar um pouco dos gamers mais velhor hoje? Boa leitura!
O uso da palavra nostalgia cresceu bastante nos últimos dois anos. O período de pandemia nos levou a tentar buscar no passado elementos felizes para lidar com o presente de privação social e a incerteza do futuro. E nostalgia é um elemento de conforto para qualquer ser humano. Porque ele reconhece em coisas do passado algo que já está familiarizado e isso lhe passa segurança e um lugar de conforto emocional e de controle.
Isso passa por todo e qualquer mercado - comportamento, estética, produtos, entretenimento e claro, os videogames. Digo isso porque neste relatório da Newzoo vemos um recorte do gamers na faixa etária dos baby boomers, a geração na casa dos 50 a 60 anos. E podemos tirar lições valiosas desse recorte.
Por que é importante? Os baby boomers foram a primeira geração a ter contato com videogames, ainda nos anos 70 e 80 com os fliperamas e a era Atari. Passaram sua adolescência e começo da vida adulta com as gerações seguintes de Super Nintendo, Mega Drive e jogos de computador. O videogame passou a ser visto como um entretenimento de massa com essa geração. E vai permanecer sendo uma alternativa de entretenimento ao longo da vida.
Por isso vemos comportamentos bem diferentes das demais gerações. O consumo de TV ainda é alto neste público. O comportamento com o jogo ainda é muito casual, de preenchimento do tempo livre - por isso mesmo o tempo gasto com games é pouco comparado a millennials, por exemplo.
E aí estes jogos antigos com os quais os baby boomers têm mais contato já se tornam “cringe” entre os mais jovens. Não é por acaso que franquias como Super Mario e Sonic continuam por aí com jogos novos a cada geração: eles precisam renovar público constantemente e não cair no limbo da nostalgia, onde só alcancariam uma fatia do público.
É aqui que eu quero chegar. A nostalgia vai brincar bastante com essa geração nos games quando vemos jogos resgatando gêneros populares do passado, ou mesmo personagens e franquias famosos antigamente. A estética de jogos retrô leva bastante isso em conta, e está presente em muitos games independentes. Mas nem toda nostalgia é a mesma. O que é retrô para os baby boomers não é para millennials e nem para a geração Y, já saudosista de algumas coisas.
Escolha sabiamente o tipo de comunicação pra cada tipo de público. Gamers mais velhos podem ter mais sintonia com essa estética retrô de jogos antigos. Mas os mais jovens já podem atender por outros sinais semióticos - especialmente porque vivem em um mundo onde existem games com muito mais poder gráfico que beiram a realidade em muitas vezes.
Trazer uma marca para o contexto do público gamer é lidar com vários públicos ao mesmo tempo. Gamers estão em todas as gerações economicamente ativas. Leve isso em conta quando atuar neste mercado: com qual público você está falando? A quais signos semióticos ele responde? O que ele mais consome? Onde joga?
Não caia na armadilha do ambiente neon retrô só porque é uma ação gamer. ;) Saiba diferenciar bem as gerações e seus signos.
O maior campeonato de FIFA 22 da América Latina vai ser um oferecimento de McDonald’s e Coca-Cola. A marca de lanchonetes ainda dá passos curtos neste universo e agora se aventura em um dos games de futebol mais famosos do mundo, realizando um torneio de esports para mais de 20 mil gamers de 11 países. Era o que se esperava de uma marca com tanta capilaridade quanto o Méqui. E gostei que integraram isso no app deles, com tela para inscrição e tudo mais.
Interessante a revelação da nova linha de smartphones Galaxy S22 da Samsung. Eles usaram uma ação com criadores de conteúdo no Fortnite para apresentar a função de Nightography dos celulares, que permitem fazer fotos e vídeos em baixa luminosidade. Os streamers visitaram um mundo feito no Modo Criativo do jogo (é, chamaram de Metaverso, ok…) em simultâneo ao começo da divulgação na grande mídia da publicidade dos smartphones.
Está em São Paulo? Dá uma passada no Shopping Center 3 (em segurança, claro) para observar uma das ações de lançamento do game Horizon Forbidden West. Lá tem uma estátua de um Garraveloz (Clawstrider), que também está em exposição em outras cidades do mundo neste momento. Ainda tem muita coisa nesta ação, como a participação de influenciadores e até integração com a Alexa.
O braço de Home Entertainment da Warner no Brasil, o Warner Play, está de mudança para lojas digitais. Agora os jogos, filmes e séries em formato digital e físico passam a ser vendidos também na Amazon, Casas Bahia, Extra e Ponto. Bem legal e finalmente aconteceu - a Warner distribui muitos jogos no Brasil e precisava de uma abrangência de vendas além das cópias físicas.
É isso para esta semana. Não esquece de compartilhar com os amigos e colegas esta newsletter. Fique bem, se possível em segurança - uma hora vamos ganhar esse jogo maldito da pandemia. Até mais!