Game of Brands #13 - choose your avatar
A economia dos avatares está entre nós, do cartum ao realismo. E outras notícias da semana.
Hello! Voltei! Novamente, desculpem a ausência. Eu e minha esposa mudamos de casa. E agora já tenho uma estação de batalha pronta pro trabalho, estudos e redação da newsletter. Que processo complicado. Ainda bem que acabou. Obrigado pela paciência e pela fidelidade. Bora pra newsletter da semana porque quero analisar um fenômeno recente que muda muita coisa com o metaverso vindo aí. Boa leitura! _ Anderson
Os donos dos modelos de iPhone mais recentes já convivem com seus Memojis, avatares criados com a câmera do smartphone, que assumem os ícones de suas redes sociais, assinaturas de e-mails e até viram personas de si mesmos em trabalhos. E são só um exemplo. Quem usa Snapchat, por exemplo, já convive com os avatares que você pode criar lá - a empresa comprou o Bitmoji em 2016 e absorveu a técnica em seu aplicativo. Em jogos é comum você ter milhares de skins à disposição, ou poder construir seu avatar do zero. E com o anúncio da Meta, avatares vão se reunir em mesas de trabalho virtuais (por mais bizarro que isso soe).
Os avatares estão entre nós há um tempo, e têm um papel: criar representações suas para os ambientes virtuais. A economia dos avatares nunca esteve tão forte e agora desperta um mercado todo pensado para como você quer se parecer nesses ambientes virtuais - incluindo o metaverso. Tem alguns sinais que demonstram isso bem claramente:
A entrada maciça do mercado de moda. Marcas como Ralph Lauren, Crocs e American Eagle lançam roupas virtuais para o Bitmoji. Vimos na semana passada a primeia Fashion Week do Metaverso que incluiu Dolce & Gabbana, Tommy Hilfiger, Karl Lagerfeld e até a Estee Lauder, marca de beleza, além de um show da cantora Grimes. Isso, claro, sem contar com games Roblox já permitindo que seu avatar tenha acessórios da Gucci e Forever 21. Isso traz à essas marcas um tipo de engajamento virtual novo, com uma proximidade maior, algo que este mercado de luxo não tem muito. E começam a trazer um novo tipo de “evento” para este mercado, com liberdade criativa bem maior e todo um modelo econômico novo.
Os avatares gêmeos. Modelos e celebridades estão dando vida a gêmeos virtuais. Atores como Bruce Wiilys vendem sua imagem digital para propagandas na Rússia - ele estrelou um comercial sem sair de casa. A Elite, a maior agência de modelos do mundo, abriu sua unidade virtual para criar versões digitais de seu casting. No Brasil a apresentadora e influenciadora gamer Nyvi Stephan criou sua irmã virtual do metaverso, a Nalla Stephan, e o influencer Lucas Rangel fez algo parecido.
Pense no seguinte: pra este mercado o avatar gêmeo é incrível - não envelhece, não precisa viajar nem se preocupar com o Coronavírus. E podem participar de desfiles e eventos até na lua. Vai ser uma mecânica bem comum este ano, em diversos mercados, e celebridades criando seus avatares gêmeos a rodo.
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Os avatares mexem com a impressão que queremos ter de nós mesmos. E muita gente está BEM disposta a gastar dinheiro tornando seu avatar mais bonito, fashion e exclusivo. Essa economia dos avatares se torna uma extensão do mercado de beleza e moda - seja no virtual o que você também quer ser no mundo real, com as bolsas, sapatos e roupas que você gosta.
Por isso mesmo se conectar com um mundo onde você pode ser quem você quiser é uma forma de engajar através da aspiração e da fantasia. Terrenos que especialmente marcas de moda trafegam bem, mas qualquer marca pode ter um discurso nesse ambiente se você pensar no branding como lifestyle. Como sua marca pode dar ao usuário destes metaversos a oportunidade de ser quem ele quiser?
O streamer Gaules está em todas. Agora foi anunciado como Head de Gaming da loja de eletrônicos Kabum, do grupo Magazine Luiza. É um movimento para trazer approachs específico para o público gamer - assim como fez as Casas Bahia contratando o proplayer e streamer Nobru como head criativo de games. Vale ficar de olho nisso porque é um movimento que deve acontecer mais - o varejo se conectando de forma mais perene ao universo gamer, com ações dirigidas e ainda mais presença entre campeonatos de esports e comunidades. Quando o mercado não tem expertise, se conecta com quem tem.
Bem legal a nova comunicação do Next, anunciando seu programa “Ela Faz o Game”. O projeto aproveita a chegada da streamer e empresária Cherrygums e se junta ao coletivo Valkirias para profissionalizar e dar suporte às mulheres que querem começar no cenário de eSports e irá promover campeonatos femininos de CS:GO, Rainbow Six Siege, LoL, Valorant e Free Fire. Mais infos no site oficial. Gosto bastante do mercado financeiro se aproximando desta forma do universo de esports - conexão mais perene, de apoio muito necessário no cenário feminino.
Falando em bancos… O BB DTVM, gestora de fundos de investimento do Banco do Brasil, chegou no GTA RP com uma ação de educação financeira com fundos de investimento virtuais. A ideia é levar educação financeira para este público e ampliar a participação do BB neste segmento, que já atua com seu Squad BB com influencers e streamers em ações e comunicações.
Imagem (fofinha) da semana
Que tal a edição personalizada do Xbox Series S para o lançamento do filme Sonic 2?
Dados da semana
Relatório da Kantar acaba de sair sobre comportamento do gamer brasileiro (em um formato Stories, bem inusitado e legal). Atenção para alguns dados: 42% dos gamers brasileiros jogam todos os dias da semana. E mais que o dobro usa smartphone para isso. Teaser dos dados completos aqui.
O time de Cultura e Tendências do YouTube, em parceria com a float, fez uma investigação qualitativa e quantitativa dos games como expressão cultural. O resultado está no YouTube Vibes, relatório trimestral que nesta edição mostra como os jogos eletrônicos se relacionam com o conteúdo do YouTube. Bem útil como uma introdução para quem busca se conectar pela primeira vez com este mercado, e também para adensar entendimento de comportamentos na plataforma.
Para ler com calma
Matéria da Beatriz Blanco, estudiosa de videogames e questões de gênero, sobre como a profissão streamer pode ser exaustiva - horas e horas jogadas, sem garantia de remuneração e garantias. Nem todo mundo tem a sorte e combinação perfeita de um Casimiro.
E é isso pra semana. Obrigado pela leitura até aqui! Ajuda muito se você puder compartilhar esta newsletter com amigos ou pelo seu Linkedin - gostaria que este trabalho chegasse a mais pessoas.