Game of Brands #2 - Os gamers já têm seu próprio BBB
Conheça o ULT, reality show de LOL que é um sucesso na comunidade gamer, e outras notícias da semana
Salve!
Primeiramente, muito obrigado a quem participou do “teste” da primeira edição da Game of Brands. Foi bem melhor do que eu esperava. É um projeto que tá começando e foi muito legal ver que já tem assinante que eu realmente não conheço! =) Muito obrigado a você que está assinando a newsletter.
E segundamente, hoje eu testo algo diferente: o começo da newsletter é uma imersão em um assunto específico. E claro, logo depois tem as principais notícias da semana sobre as marcas entrando no universo gamer.
Boa leitura!
ULT: o verdadeiro BBB dos gamers é um sucesso
Está rolando a segunda edição do reality show ULT (Ultimate Legends Training), produzido pela Webedia, detentora de sites como o IGN Brasil, em parceria com a Endemol Shine Brasil - responsável por outros programas, como o MasterChef, e conta até com a mesma diretora, Marisa Mestiço. O programa é transmitido pelo YouTube e coloca 20 jovens em uma casa buscando um time de esports iniciante para o jogo League of Legends que terá contrato com a Red Canids. Nesta quinta-feira rolou o penúltimo episódio, e a grande final será na semana que vem.
Nada muito diferente da edição passada (2019), que revelou novos atletas para a Pain Gaming e para a INTZ. Porém, neste ano o ULT foi abraçado pela comunidade gamer de um modo que arrisco dizer: pode ser o reality show do universo gamer mais assistido no Brasil neste momento. Talvez no mundo.
Digo isso pelos números. Não leve em conta somente a audiência dos canais da MGG Brasil, onde o ULT é transmitido e consegue de 180 a 200 mil views por episódio (o que já é um número bem interessante de audiência). Some a isso a comunidade gamer assistindo e reagindo ao programa - os famosos “reacts”, onde jogadores, pro players (atletas profissionais do game) e influenciadores assistem ao vivo com seu público aos episódios. Personalidades como brTT, Baiano, Revolta, Steph, YoDA e Yetz estão trazendo cerca de 15 a 20 mil pessoas ao vivo nessas transmissões. Esses mesmos reacts ainda viram “cortes” de melhores momentos para o YouTube, que podem ter de 20 a 50 mil views cada um. Em um cálculo simples, a audiência do ULT pode estar quadruplicando só com essa reverberação dos episódios em lives e cortes.
Infelizmente não tenho como tabular todos os números porque é impossível somar todos os cortes disponíveis no YouTube (são vários canais fazendo os mesmos cortes), e é possível que os views sejam de espectadores revendo o show. Mas é seguro dizer que a exposição ao programa pode ser muuuuito maior do que imaginamos e o público gamer já pode dizer de peito aberto que tem seu próprio BBB - claro, dentro da escala desse universo. Notem os views desses cortes e vídeos na íntegra dos reacts - alguns chegam perto da audiência do vídeo principal no YouTube!
Isso acontece, imagino eu, por alguns fatores:
Os streamers do universo gamer adoram reality shows e TV. É normal entrar na live da maioria deles e vê-los assistindo com sua audiência ao lado programas como Shark Tank Brasil, Pesadelo na Cozinha e Bake Off Brasil. A chegada do ULT só se somou à essa “programação” deles.
O elenco da segunda temporada do ULT caiu no gosto da comunidade. Impossível não se empatizar com personagens como Xofa e Jessie. E de quebra alguns episódios mostram polêmicas como possíveis traições e brigas, o que movimenta a comunidade em discussões. Ingredientes que a gente já sabe que todo reality show deve ter.
Isso posto, marcas apoiadoras do ULT como Coca-Cola, Trident, Subway, Logitech e Vix podem sorrir e ficar tranquilas. O programa é um sucesso e dificilmente será replicado em mesma escala. Não conheço case similar nem fora do Brasil. E você, conhece? Me manda um exemplo, please? Queria muito comparar.
Magalu, publisher de games
O Magazine Luiza anunciou que irá investir em games ainda em produção ou já prontos feitos por estúdios brasileiros. A seleção será feita por meio de um edital público, que irá destinar R$ 100 mil a três projetos, e com foco em games casuais para smartphones. E os estúdios terão à disposição todo o ecossistema de empresas e plataformas do grupo, incluindo também o Magalu Ads, de marketing digital. Os jogos serão exibidos no app principal da empresa, a “vitrine” digital dos games.
Com isso a Magalu vira o que chamamos no mercado de “publisher”, empresa publicadora e distribuidora de jogos em plataformas. Isso a aproxima de semelhantes internacionais como as empresas chinesas Alibaba e Tencent e a americana Amazon, que têm apostado na produção de jogos eletrônicos para acelerar o crescimento nas plataformas digitais.
20 anos de Xbox
Se você se interessa pela história dos videogames, aqui vai uma data importante. Em novembro já se vão 20 anos desde que a Microsoft entrou no mundo dos games com o primeiro Xbox. Na época o movimento foi considerado “uma insanidade” pelo mercado, dominado por Sony e Nintendo. Mesmo não liderando o segmento hoje, a Microsoft trouxe inovações ao longo das diversas edições de Xbox que mudaram o mercado de games como o conhecemos, como a primeira rede online para jogar junto com amigos (Xbox Live) e a primeira assinatura de games ao estilo Netflix, com o Game Pass. E no Brasil também teve um marco importante: a fabricação local do Xbox 360, único país no mundo a ter uma planta para montagem do videogame. Leia mais na GameIndustry sobre as principais mudanças no mercado que o Xbox trouxe ao longos dessas duas décadas, e no UOL Start sobre a relação forte do Brasil com a marca.
Escândalo no mercado
A empresa Activision Blizzard, responsável por games de sucesso como Call of Duty, Warcraft e Candy Crush, está no meio de uma polêmica das grandes. O assunto é longo e fiquei sinceramente pensando se o trazia para cá, mas é uma marca muito relevante para ficar de fora desse radar.
Em resumo: Uma reportagem do Wall Street Journal que saiu semana passada revelou que o CEO da Activision Blizzard, Bobby Kotick, sabia de alegações de assédio e abuso sexual dentro da empresa, mas não repassou as informações ao conselho. No mesmo artigo é divulgado ainda que Jen O’neal, nomeada recentemente como co-diretora (que renunciou três meses após assumir o cargo) também foi uma vítima na companhia, além de receber menos do que o outro co-diretor, Mike Ybarra.
A matéria do WSJ só reflete a continuidade de um escândalo de longa data dentro da Activision Blizzard relacionado à posturas e condutas inadequadas dentro da empresa que gerou várias saídas de funcionários, protestos, mudanças em jogos relacionados aos escândalos e o cancelamento da BlizzCon 2022, sua convenção anual para fãs. Só nesta semana as ações da empresa caíram 2,5%, parte dos acionistas agora exige a saída do CEO e funcionários realizaram uma greve. E pior: Sony e Microsoft começam a cobrar publicamente uma ação, ameaçando acordos comerciais com a empresa.
Uma tristeza muito grande ver uma empresa como essa envolvida em tanto escândalo. Espero sinceramente que o CEO renuncie e que novos tempos cheguem na Activision Blizzard logo.
Para ficar de olho: LOUD Coringa
Na matéria do UOL Tab vemos um perfil do streamer e influenciador Coringa, da LOUD. Vale a leitura para conhecer o cara que é um sucesso nas lives onde joga GTA RP (roleplay) para cerca de 100 mil pessoas todas as noites, e já chegou a ser o streamer mais assistido na Twitch no mundo.
GTA RP também é um tema que rende, sozinho, uma newsletter inteira. Aliás, vocês se interessariam em newsletters temáticas?
Imagem da semana
Confesso que achei inusitado, mas interessante. No servidor Cidade Alta de GTA RP (roleplay) acontece a primeira campanha de vacinação virtual contra o Covid-19 em parceria com a farmacêutica Pfizer. Durante um evento especial os jogadores poderão participar de uma missão para serem vacinados no game e ganhar recompensas. Ação criada pela Ogilvy e Druid para a Pfizer.
Números da semana
Acima os números dos 10 streamers mais assistidos na Twitch em outubro, com a presença de 2 brasileiros - LOUD Coringa (já citado aqui nessa mesma newsletter) e o Gaules, ex-jogador de Counter Strike que hoje transmite campeonatos do jogo e é muito visado pela sua audiência constante - recentemente têm hospedado transmissões de partidas da NBA e até do GP Brasil de Fórmula 1 na semana passada. Gaules será tema da newsletter em breve.
“Apoie, incentive. Hoje, vocês têm o poder de mudar vidas, as marcas têm o poder de mudar vidas, de representar uma causa, de conseguir apoiar uma comunidade. No final das contas, todo mundo tem conta para pagar, então apoie, apoie uma mulher que por muitos anos não teve voz e agora está tendo para que outras no futuro possam ter”
Nicolle Merhy, ou cherrygumms, CEO da organização de esports Black Dragons, streamer e embaixadora de marcas como Nike, Fusion e Nex, em entrevista durante o evento Proxxima, da revista Meio e Mensagem.
Tomando nota
O Fortnite, da Epic Games, deixa de estar disponível na China. A decisão está baseada nas frequentes tentativas de intervenção do governo chinês sobre as empresas de tecnologia. Outras empresas como Yahoo e LinkedIn também deixaram o país por motivos semelhantes.
Movimentação importante no mercado: Fernanda Romano deixa a Alpargatas, onde cuidava da estratégia de marketing e vendas da marca Havaianas, para entrar na Blizzard e assumir o marketing global do game Candy Crush. Boa sorte pra Fernanda!
Ainda sobre Havaianas: em parceria com a Riot Games e a Chilli Beans veremos chegar às prateleiras sandálias temáticas e novos modelos de óculos baseados no game League of Legends.
A Good to Game (GTG), vertical de games da V3A, e Player 1 Gaming Group, spin-off de games e esports da Globo, lançaram o projeto social Cruzada e-Sports. O foco é capacitar 140 jovens de comunidades do Rio de Janeiro em quatro modalidades de esportes eletrônicos, e ainda trazer a eles qualificação nesse mercado. Tem patrocínio da Oi e apoio da prefeitura do Rio de Janeiro.
Infelizmente não durou muito o esforço de desoneração do nosso “querido” presidente. O preço do Playstation 5 está R$ 100 mais caro a partir desta semana. A Sony confirmou o reajuste de preço do console, sem mencionar o motivo do aumento.
Nas próximas semanas me aprofundarei em um tema que deve despertar a curiosidade de muitos de vocês: os NFTs. Há uma profunda relação dessa sigla com o mundo gamer. Nos vemos na semana que vem!
Um abraço,
Anderson Costa